segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Saí do Brasil no dia 29 de dezembro de 2012. Minha mãe me levou ao aeroporto no Rio de Janeiro e a primeira coisa que eu vi era que o aeroporto é bem melhor que Guarulhos, hahahaha. Para quem não sabe eu sou de Minas Gerais, moro em São Paulo e no momento minha mãe e irmão moram em Niterói, ou seja, uma bagunça, e esse último fato é que me fez sair do aeroporto do Rio. Chegamos com antecedência, mas assim como eu comprei a passagem mais barata que tinha, outras muitas pessoas compraram, então tinha uma fila gigantesca pra fazer o check in. A empresa que eu vim se chama Condor, e como ela é uma empresa que não atua muito no Brasil, então só tinham três guichês, o que fazia demorar mais ainda. Mas não tinha o que fazer mesmo, então esperamos e passamos a observar as pessoas na fila, hahahahaha. Era um vôo pra Frankfurt, então tinham muitos alemães lá, e todos eles eram loiros dos olhos azuis e muito, muito altos. Como o vôo saía do Rio, então todos eles estavam bem vermelhos e a moda nos pés era havaianas. É engraçado como turista estrangeiro no Rio de Janeiro tem um estereótipo que corresponde bem a realidade. Tinham também vários mini-alemães loirinhos e felizes. Mas o que chamou mais nossa atenção foi um padre que estava de fone de ouvidos e dançando todo contente. Muito tempo depois chegou a minha vez no check in e não sei se porque o cara gostou de mim ou qualquer outro motivo, ele disse que ia me mudar de classe. E, no mundo de sorte que eu vivo, vim de classe executiva. Hahahahaha. Depois disso só deu tempo de pegar algo pra comer e já fui pro embarque, e ter que me despedir da minha mãe doeu bastante... Eu sei que eu não moro mais em casa há quatro anos, mas saber que eu não posso voltar quando eu quiser é difícil. E nesses quatros anos eu nunca fiquei mais de um mês em casa, já que sempre fiz estágio, e talvez o fato de eu ter ficado um bom tempo em casa agora antes de viajar tenha deixado as coisas mais tristes. E eu sempre vou gostar de Barbacena, da minha família grande reunida no Natal, de todos os primos, tios e amigos, de gente que eu vi genuinamente me desejando felicidade e sorte na nova vida.... Mas bem, embarquei né... Hahahaha. Depois de um atraso de uma hora, abriram o embarque e fui lá ver minha nova classe.
Boarding Pass meio escrito em alemão! *-* 

Minha nova classe, hahahaha.

Para minha surpresa quem se sentou do meu  lado foi o padre feliz! E ele gostava de interagir e ele sabia falar português, então a gente conversou bastante. Ele é francês e tava no Brasil há dois anos fazendo uma missão no interior do Pará! Ele disse que estava viajando já há 2 dias e que também pegou esse vôo por ser mais barato. Aprendi umas coisas sobre o interior da França e ele me desejou uma boa vida na Inglaterra nesse ano. No meu outro lado não tinha ninguém, o que me deixou com espaço e feliz. Hahahaha. A diferença maior entre as classes foi a comida, e eu no final das contas fiquei até feliz que não tinham muitas gororobas alemãs. Chegamos em Frankfurt e apesar da minha vontade de sair do aeroporto e ir conhecer a cidade, não dava tempo. Então fui logo pro embarque do meu outro vôo, que era Frankfurt - Londres pela Lufthansa. Eis que estou sentada preenchendo o papel da imigração do Reino Unido enquanto espero o embarque abrir, e me chamam no alto falante. Já logo pensei que tinha dado alguma coisa errada, que iam me deportar ou sei lá, mas como eu tenho muita sorte na vida, era pra dizer que eu tinha sido escolhida pra aproveitar a classe executiva nesse vôo! Então fui de classe executiva com comida de chef e jornais e revistas a vontade. Hahahaha. E eu fui na janela, o que me deixou feliz.

Muitos kinder na Alemanha. 

Passagem upgrade. Hahahaha

Cheguei em Londres lá pelas 16hs do dia 30 de dezembro de 2012. Saí do embarque e fui esperar a Fernanda, que é uma menina que faz Biologia e veio estudar na mesma universidade que eu. Esperei um pouco e logo ela chegou, a partir daí ficamos confusas pra chegar no hotel, mas no final pegamos um ônibus em que pagávamos 4 libras e ficávamos na porta do hotel. E é isso, eu estava em Londres de novo...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Eu sempre tive um sonho. Eu queria morar na Inglaterra, o país da rainha, da bandeira bonita, do clima agradável, das pessoas charmosas e do rock. Mas eu cresci sabendo que isso nunca ia ser possível, afinal, quem nunca ouviu sobre as regras de imigração do Reino Unido? Sempre pensei que isso não ia acontecer nunca e que eu nem sequer conseguiria sair do país, porque, convenhamos, é preciso muito dinheiro para isso. Mas em 2011 eu consegui, com o dinheiro juntado de muito tempo e com uma bela ajuda do meu pai, me auto convencer de que eu podia viajar, eu podia com 21 anos ir conhecer a Inglaterra. Minha mãe me deu muito apoio, e quando primeiramente eu pensei em ir pro Canadá porque era mais barato, ela foi a primeira a me dizer que a Inglaterra era meu sonho e que era importante eu investir no que eu sempre quis. E claro, com isso ela acabou me dando um super apoio financeiro também, já que é claro que no final das contas eu não tinha o suficiente. E eu fui morar em Londres por um mês e em Janeiro de 2012 eu vivi aquela cidade, um tempo suficiente para saber que era aquilo que eu queria pro resto da minha vida. Foi difícil, o inverno rigoroso tornava as coisas mais complicadas, mas a cada rua que eu passava era uma alegria a mais e um deslumbramento que parecia não acabar. Mas eu estava morrendo de saudades das pessoas, do amor... Então, chegou a hora de voltar. No último dia de Londres eu fui a London Eye com minha amiga/prima que, na ocasião, morava na França, e quem já foi sabe que depois que você anda na roda gigante tem uma experiência 4D, é um vídeo lindo, e naquela hora deu o aperto no coração, porque eu sabia que eu não ia voltar mais tão cedo. Eu nunca mais ia querer que minha mãe gastasse esse tanto de dinheiro comigo, e, convenhamos, eu faço Biologia, eu sei que eu não vou ser a pessoa mais rica do mundo, e eu também sei que eu muito provavelmente não teria condições de bancar uma viagem dessas sozinha. Então eu voltei pro Brasil, eu voltei pra minha vida normal, eu voltei pra São Paulo.

Acontece que mais ou menos 6 meses depois tudo o que se falava no mundo das universidades brasileiras era no tal Ciência sem Fronteiras. Mas eu não tinha proficiência e muito menos vontade de deixar meu namorado de infinitos anos no Brasil. Então eu já tinha desistido, até que saíram os editais pro começo de janeiro de 2013, e o Reino Unido estava lá nas opções, e eis que Artes tinha se tornado um curso elegível, e, logo, o Igor poderia se candidatar também. Decidimos então que deveríamos tentar, já que a proficiência no inglês seria útil mesmo que não conseguíssemos a vaga. E aí veio desespero, IELTS, desespero, inscrição no UUK, desespero, espera, espera, espera, espera, desespero, e finalmente o resultado, nós dois conseguimos! E créditos a um grupo no facebook, sem isso teria sido bem mais difícil. A gente ia pra Inglaterra, a gente ia morar na Europa por um ano! Não exatamente juntos, já que as universidades que escolhemos são em cidades diferentes, mas perto, perto o suficiente. E agora, em janeiro de 2013, EU MORO NA INGLATERRA! Eu vou morar na Inglaterra por um ano, numa cidade chamada Birmingham, que é a segunda maior do país, eu vou viver as quatro estações, as cidades lindas, o sotaque! E por aqui eu vou contar como estão as coisas, já que é mais fácil do que contar pra cada pessoa individualmente. :)

E pra finalizar, minha mãe já sabia que isso um dia ia acontecer. Quando eu tinha uns 13 anos ela me deu o Harry Potter e o Cálice de Fogo, e ela escreveu uma dedicatória dizendo que sabia que meu futuro ainda ia me levar aos lugares dessa história, e hoje eu tô aqui!